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Ducati Scrambler

A Ducati, a par da Triumph, foi das primeiras marcas a apostar nesta nova febre de motas neo-retro aliando componentes e conhecimentos modernos em motas com aspecto e estilo old school.

Eu estava a ponderar comprar uma mota antiga e desenhar a reconstrução da mesma, até que surgiram os primeiros rumores duma “Ducati Scrambler”. Nesta altura (em inícios de 2014) ainda não se sabia bem como a mota ia ser, mas falava-se que seria uma reedição da Scrambler da década de 60 que a Ducati tinha feito na época.

Mais tarde começaram a aparecer imagens, vídeos, e foi definido todo o conceito da mota, que viria associado a uma nova “marca” da Ducati, ou pelo menos um novo segmento. Iriam ser criadas roupas, acessórios, capacetes, e tudo o que se pode pensar que está associado a motas, especificamente para este modelo. Adorei o conceito, o posicionamento do produto, e a forma como foram libertando pequenos “leaks” do que viria a ser a mota aguçando a curiosidade dos seus potenciais compradores. Foi criada uma tour chamada “land of joy”, em que a mota percorria o mundo (antes de ser lançada oficialmente), para ser testada por bloggers, jornalistas, pessoas da área, e tudo foi filmado/fotografado e transmitido para o comum mortal, que não podia ter ainda o privilégio de a conduzir.

Inicialmente a mota foi 4 modelos diferentes:

- A Icon, modelo base mais barato, que teria 2 versões, em vermelho e em Amarelo;

- A Full Throttle, em Preto e Amarelo, com escape termignoni, volante mais baixo e largo para uma posição de condução mais agressiva;

- e por fim a Urban enduro, com protecções de motor e escape elevado, mais preparada para Off-Road, que seria lançada em tons de verde tropa.

O primeiro modelo chegar a Portugal foi a Icon amarela, e foi com esta que fiz o Test-Drive. Adorei a posição de condução elevada, a aceleração, a sensibilidade do acelerador, e o barulho… o barulho característico das Ducatis é fenomenal.

Passando à análise mais técnica, a mota tem o mesmo motor da Monster 796, mas bastante alterado para cumprir as normas europeias de emissões de gases, ruídos, etc. É mais suave de conduzir que a Monster, menos explosiva, no entanto sendo a mota muito leve (penso que uns 170kgs), a potência que tem é mais que suficiente para que a roda da frente fique no ar cada vez que nos descuidamos no punho do acelerador.

Os consumos devem estar algures entre os 5,5 e os 6,5lts aos 100 (não tem esta informação no painel, e também nunca me preocupei muito, mas não é muito diferente que isto). Falando do painel, é a parte “neo” da mota, ou seja, painel em led, com informação digital, no entanto não há indicação de mudança engrenada, nem indicação do nível de combustível (pelo menos este ultimo dava muito jeito tendo em conta que quando a luz da reserva acende podemos fazer algo entre os 25/30kms). O modelo que escolhi para mim foi a Full Throtle. Ambas partilham o mesmo motor, o mesmo quadro, mesmas jantes e pneus. As diferenças são mais a nível cosmético (cores, ponteira de escape) e também um volante mais baixo e mais largo que permite uma posição de condução mais agressiva. O máximo que atingi terão sido uns 180kms/h, mas acima dos 140km/h o vento já é bastante notório e presente no nosso peito.

A condução é bastante simples, a mota curva muito bem, é leve e ágil, bastante interessante para andar no meio do trânsito ou em estradas de curvas (com o cuidado suficiente de não acelerar muito à saída de curva senão a roda vai levantar e vão acabar no alcatrão). É também muito boa em estradas mais acidentadas, gravilha, e alguns buracos são ultrapassados sem problema devido à ajuda do controlo de tracção, abs e dos pneus Pirelli criados especificamente para a Scrambler e que cumprem perfeitamente as suas funções. O banco é confortável em percursos curtos/médios, ou seja 1hora a andar está impecável, mais do que 2 ou 3 horas em cima da mota começam a deixar de sentir que existe rabo no vosso corpo!

Passando aos pontos negativos, nomeadamente aqueles que me levaram a abandonar esta menina e a adquirir outra:

- A localização dos pontos de venda/reparação autorizados. Eu sou da zona de Coimbra, e a Ducati só tem revendedores/assistência técnica em Lisboa ou no Porto, ou seja, cada vez que temos uma revisão para fazer ou algum problema, temos no mínimo 100kms para cada lado.

- A mota é demasiado leve para potência que tem sendo muito fácil levantar a roda da frente à saída de uma curva, criando alguma sensação de insegurança até a dominarmos. Em velocidades elevadas sente-se alguma perda da direcção (derivado também do baixo peso).

- Por fim, sendo refrigerada a ar nota-se muito calor nas pernas, e neste caso o calor dissipasse mesmo directamente para as nossas pernas, parecendo que estamos no churrasco ao fim de algum tempo. Os semáforos são um suplício!

Em resumo gostei muito do tempo que tive a mota, é muito interessante para percursos mais pequenos, andar no meio do trânsito, estradas de curvas, e pequenos percursos off-road menos exigentes. Apesar de alguns pontos menos positivos, é uma mota bastante bonita e agradável de conduzir.

Divirtam-se e Boas Curvas!!

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